Serviço médico das Galápagos

O termo "serviço médico" devia ser proibído de usar em relação às Galápagos...mas enfim...
Dou entrada no "hospital" (que na realidade é um centro de saúde muito "mixuru", com nome de hospital só para dar mais descanso aos turistas) com a perna visivelmente partida e sou atendida por uma médica novinha que parecia mais em pânico do que eu... Põe-me a soro, mas para isso diz ao Ruben que tem de ir à farmácia (fora do hospital) comprar um cateter. Nao conseguem à 1ª, pedem ao Ruben para ir comprar um cateter mais fino, isto tudo com uma luva de borracha a fazer de garrote. Depois, querem imobilizar-me a perna (enquanto se espera por outro médico mais experiente) e pedem ao Ruben para ir à rua procurar um cartão...
Entretanto chega um médico e depois outro e mais outro... dizem-me que tenho de ir tirar um raioX, mas que no hospital nao podiam tirar porque a funcionaria ja tinha saído, tinha de ir a outro sitio... mas depois lá conseguiram convencer a senhora (que pelos vistos é a unica que sabe carregar no botão) a vir ao hospital fazer-me o raioX... faço o raioX sem qualquer tipo de protecção e o Ruben a segurar-me a perna no ar, tambem sem qualquer tipo de protecção... Resultado: perna fracturada em 3 sítios...
Depois disto os medicos põem-se a discutir se eu devia fazer ou nao uma "reduçao da fractura", que é como quem diz, endireitar a perna... e eu aqui é que fico mesmo com medo... ja estava cheia de dores, por a perna no lugar certo nao devia ser nada facil... Lá resolveram que iam fazer isso, mas felizmente com ajuda de um sedativo... entao põem-se a preparar as coisas e vejo um médico mexer em material para entubar, e eu muito assustada pergunto se me vao entubar, ele responde que é so uma medida de precaução... escusava era de ter estado a olhar para aquilo com cara de quem nao se lembra como se usa... aí temi mesmo pela minha vida e só tive tempo para orar e entregar a minha vida nas mãos de Deus. Lá me puseram a dormir por alguns minutos, endireitaram-me a perna e acordei ja com muito menos dores e com a perna engessada.
Levam-me para o quarto e peço para ir à casa de banho. Nao ha papel higienico, o Ruben vai pedir e dizem-lhe para ir à rua comprar...
Para culminar, passamos a noite numa cama minuscula, num quarto cheio de mosquitos que nao nos deixaram dormir.
E foi assim...
Agora, depois de 3 longos voos, estou internada em Coimbra, à espera da cirurgia. O pior já passou :)